a ideia é estudarmos juntos, por meio de anotações de (re) leitura (s) realizadas, aspectos, formais ou não, dos poemas; em português, o que, neles, permitem que eles sejam o que são.
neste sentido, um livro aos meus olhos fundamental – tanto para quem escreve, como para quem estuda o que se escreve, à revelia do estágio evolutivo; se no início ou no caminho – é o “a poesia – uma iniciação poética“, de armindo trevisan (unipron, 2001).
leitura de cabeceira para quem se interessa por poesia, diga-se.
as anotações-síntese que farei a partir de hoje, identificadas com a tag “beabá da poesia” serão retiradas deste livro, principalmente; à medida que novas leituras forem se incorporando, serão assinaladas igualmente quanto à sua origem, desde que tenham a dizer com pelo menos a mesma competência.
dito isso, observemos as micro estruturas do ritmo verbal, a começar pela aliteração, que está competentemente explicada e ilustrada no livro de trevisan a partir da página 99.
o que é aliteração? (…) repetição de uma mesma letra (vogal ou consoante), ou de uma mesma sílaba (ou som), no início, no meio, ou no fim de vocábulos, frases ou versos seguidos. (…) A aliteração enfatiza as onomatopéias, os ecos, as associações de ideias, fazendo as palavras dizerem mais do que poderiam tirar de um código algébrico e arbitrário: ‘transgredindo o princípio da univocidade do signo, ela baseia parte de seu poder na polissemia (o complemento é de henri suhamy, no livro “a poética” – jorge zahar, 1988, p. 104).
um exemplo de aliteração de meu primeiro livro, “tempo horizontal” (edunisc, 2013, p. 23 – o poema por inteiro):
“(…)
escrevo aqui meu poema derradeiro.
o poema torto, sem jeito,
o poema parido com defeito,
o poema que não sabe ser direito. (…)”
para encerrar, um toque muito importante de trevisan ao final do capítulo: (…) as aliterações são eficiente e poéticas na medida em que o artifício não se sobrepõe à arte”.
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