O poder abrir-te como quem abre uma lata
de sardinhas, um olho podre, um baú de sedas velhas,
ou como quem abrisse um vidro de perfume, ou abrisse
(abro) um segredo à polícia política de Bangkok.
Isso não vem de mim, de tu, de ninguém conhecido
que se possa chamar Irmão.
Vem da fereza precisa do cão danado
não morto em Babel.
Vem da natureza ali fechada
no ventre universal
de Buda.
(poema de guilhermino cesar, à página 123 do livro “sistema imperfeito & outros poemas (globo, 1977))
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Sobre Demétrio de Azeredo Soster
Demétrio de Azeredo Soster é Pós-doutor pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos, 2016). Possui graduação em Jornalismo (Unisinos, 1990), mestrado em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs, 2003) e doutorado em Ciências da Comunicação pela Unisinos (2009). Pesquisa midiatização, narrativas, jornalismo e literatura. É professor permanente do Programa de Pós-graduação em Letras – Mestrado e Doutorado e do Curso de Comunicação Social da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Coordena a Rede de Pesquisa Narrativas Midiáticas Contemporâneas (Renami) da SBPJor, que fundou. Integra os grupos de pesquisa do CNPq Midiatização das práticas sociais (Unisinos) e Grupo de estudos sobre narrativas literárias e midiáticas (Genalim/Unisc). É editor da revista Rizoma: midiatização, cultura, narrativas - Qualis B2, e diretor-editorial da Editora Catarse Ltda. É membro-fundador da Academia Santa-cruzense de Letras (ASCL) e da Associação Santa-cruzense de Escritores (ASCE). É autor, em literatura, de Tempo Horizontal (Edunisc, 2013); Livro de Razão (Insular, 2014); Quase Coisa (Catarse, 2015); Pérolas de Pedro (Catarse, 2015); Livro das Sombras, Jazz & Outros Poemas (Catarse, 2016); Operação Banda Oriental (Catarse, 2017); Pérolas de Pedro: 2ª edição revisada e ampliada (Catarse, 2017); Operação Valparaíso (Catarse, 2018); Honkyoku (Catarse, 2019); e, finalmente, Operação Carretera Austral. (Catarse, 2019, no prelo.) Contato deazeredososter@gmail.com
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