poema de nei duclós
Procuro alguma coisa bela
na rua que perdeu a alma
a lua, alguma coisa nova
Procuro alguma coisa séria
a prova de que estou na terra
a estrela que não for loucura
Procuro alimentar os olhos
com a luz que brota da calçada
na curva de uma esquina clara
Procuro aquilo que me espera
o corpo que recusa o escuro
a mão que enfim de desamarra
(à página 31 do livro “No mar, veremos”, globo,2001)